quinta-feira, setembro 28, 2006

Como surge um tiozão?

É quase impossível encontrar uma pessoa que nunca tenha se deparado com um tiozão ao longo de sua vida. A probabilidade desse encontro não ocorrer é a mesma de um cara que “limpa” vidros no farol com baba de cavalo, entender que você não quer aquele líquido seboso no seu pára-brisa.

O tiozão não é um ser único. Pelo contrário, há pelo menos 1 em cada família. Ou seja, se calcularmos proporcionalmente levando em consideração a cidade de São Paulo, teremos 1 tiozão a cada 3 carrinhos de yakisoba.

Mas primeiro acho necessário explicar para leigos, introspectivos e órfãos de quem estou falando. Trata-se daquela pessoa que geralmente possui uma barriga avantajada, perfeita para montar um circuito de autorama ou estudar a órbita de um planeta. É aquele que sempre dá vexame nas festas de família flertando com as namoradas dos sobrinhos, enchendo a cara de conhaque e arrumando confusão com bandidos imaginários.

Mas nenhum deles nasce sabendo que será membro desse seleto clube. Existe uma série de fatores que levam a esse destino intrigante.

Tudo começa por volta dos 30 anos. Os tempos de faculdade ficaram para trás, assim como os cabelos, e as crianças passam a usar a palavra tio quando querem alguma coisa.
Todos os amigos estão casados, noivos ou ricos. Alguns se mudaram para o exterior, outros para condomínios fechados e adivinha que é o único que ainda mora com os pais?

Pois bem, um belo dia na vida desse fugaz sujeito, geralmente em meados de outubro, ao passear tranqüilamente por uma rua deserta em busca de uma pizzaria 24 horas, é abordado por dois sujeitos bem vestidos e com hálito de hortelã. Antes que perceba, é jogado dentro de uma caminhonete e quando acorda dias depois, está em uma banheira recheada de gelo. Ao olhar a sua volta se depara com um recado escrito com batom no espelho do banheiro - “Seu vagabundo, roubei sua pleura”.

Convenhamos que seria um choque para qualquer um. Afinal, o que vem a ser uma pleura? E é justamente essa pergunta que leva a uma transformação radical na vida desses homens. Eles passam a viver uma filosofia destrutiva de Carpe Diem, transformando-os em tiozões.

4 comentários:

DiegoFerrite disse...

Rs, acho que me identifiquei com o texto. Não sei se pela queda dos cabelos, por morar com os pais ou por acordar numa banheira de gelo esses dias (?)

Anônimo disse...

Engraçado...conforme fui lendo esse texto uma pessoa ficava na minha cabeça...você!
Será que é a sua história???

Anônimo disse...

"seu vagabundo, roubei sua pleura"
hahahahahahahahaahahahahahaha

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom