Comecei a pensar nisso enquanto conversava com um amigo em um boteco na frente da faculdade. Entre uma cerveja e outra, ele listava tudo o que poderia dar errado na próxima semana. Ele seria despedido do trabalho, a namorada o deixaria, seu cachorro morderia seu tornozelo e ele herdaria a fábrica de miçangas falida de sua tia.
Ou seja, tudo estava errado. Sabe aquela pessoa que quando deixa um pão com geléia cair no chão, e o alimento não se limita a cair com o lado doce no azulejo frio? A geléia gruda no chão, fazendo um lutador de muay-thai escorregar e cair em cima de um poodle toy premiado, que urina de medo espalhando o líquido até um fio desencapado da máquina de apostas, fazendo um ditador chinês, em férias no Brasil, tomar um choque daqueles e declarar guerra aos infiéis bons de bola.
Sim, este é meu amigo. E visando resolver o problema dele decidi voltar no tempo e pesquisar um pouco sobre o surgimento do pessimismo.
Pesquisando na biblioteca pública, perto de casa, descobri que fazer investigações pode ser um trabalho arriscado. Principalmente se você se perder entre as fileiras dos livros infantis e dos de auto-ajuda. Uma pequena corja de maloqueiros fica ali, enrolando seus baseados em folhas com grandes desenhos coloridos retiradas de algum conto dos irmãos Grimm, discutindo sobre o último livro do Diogo Marinardi. E aí é aquele papinho de sempre: “Ae playboy, tá fazendo o que aqui?”, “Teu lugar é lá na seção de turismo!”, “Vai ler o pequeno príncipe!” – e todos caem na gargalhada.
Depois de perder meu dicionário de bolso para a gangue cultural resolvi abandonar a jornada pelo conhecimento na biblioteca e utilizar o meu bom e velho livro de história da Tia Selma. Na quinta-série, tive uma professora que aguçou meu gosto pelos fatos históricos. Já mais velho, descobri que muitas dúvidas podiam ser resolvidas por aquela apostila azul.
Qual não foi minha alegria quando encontrei não só a origem do pessimismo, mas a história de alguns dos pessimistas mais famosos da história. Vou tentar resumir em poucos parágrafos as toneladas de conhecimento que absorvi daquela nota de rodapé.
O primeiro caso do qual se tem conhecimento data dos tempos pré-históricos. É importante explicar que o negativismo não é apenas um estado de espírito. Quando aquela vizinha da sua tia resmunga: “Meu filho não pensa coisa ruim que atrai!” – ela está mais do que correta. E foi assim que tudo começou.
Jonas era soberano em suas terras. Sangue-puro. Filho de reis. Carnívoro. Com uma mandíbula avantajada e 7 toneladas bem distribuídas, era um tiranossauro que chamava a atenção tanto de suas presas como das fêmeas da região. Mas Jonas não era feliz. Ele sofria com os deboches do pessoal da comunidade jurássica. Era um tal de “Mãozinha” pra cá, “Oscar Schmit” pra lá, um preconceito que sofria graças aos seus braços pequenos.
Isso tudo fez com que o tiranossauro passasse a olhar a vida com outros olhos. Se achava feio. Achava o mundo feio. Era daqueles tipos de dinossauro que, quando deixavam uma presa cair, ela caía de costas em cima de um velociraptor que soltava um grito estridente ferindo o senso de direção de um pterodátilo que acabava trombando em um avião da Gol perdido no espaço e tempo graças a greve dos controladores de vôo.
Pois bem, um dia Jonas voltou chorando para sua casa depois de ter sido humilhado por um brontossauro fanfarrão. Aos prantos se trancou em sua caverna e desejou que uma grande bola de fogo atingisse a Terra causando a extinção de todos os seres vivos, cobrindo a terra com uma nuvem negra que bloqueasse o sol durante milhares de anos. Não é preciso dizer o que aconteceu em seguida.
Anos mais tarde nasceu na França um menino franzino, de estatura baixa e com uma capacidade incrível de arrumar confusão. Aliás, característica essa comum para o seu biótipo. É só lembrar de brigões como Romário, Danny Devito e Nelson Ned.
O menino vivia tramando planos infalíveis. Primeiro dominou a sua casa, depois conquistou a vizinhança e, em menos de 15 anos já era proprietário de boa parte do velho continente. O que pouca gente sabe é que Napoleão, como era chamado, fazia parte do movimento iniciado por Jonas. O pequeno invocado era pessimista.
Um dia, após a batalha de Austerlitz, Napoleão começou a resmungar com um soldado que estava de guarda observando os soldados austro-russos em seu sono eterno. “Esses caras que são felizes. Não precisam mais se preocupar com nada. Enquanto isso, eu estou aqui, sabendo que vou acabar indo parar em uma ilha qualquer e morrer sem um tostão no bolso, tendo como único amigo alguma bola de vôlei”. Dito e feito. Napoleão era mais um daqueles que deixavam o Crepe Suzete cair com o recheio voltado para o campo de batalha, e o resto vocês já sabem.
São muitos os casos na história. Mas apenas uma coisa é certa. O pessimismo nunca dá certo.
Ou seja, tudo estava errado. Sabe aquela pessoa que quando deixa um pão com geléia cair no chão, e o alimento não se limita a cair com o lado doce no azulejo frio? A geléia gruda no chão, fazendo um lutador de muay-thai escorregar e cair em cima de um poodle toy premiado, que urina de medo espalhando o líquido até um fio desencapado da máquina de apostas, fazendo um ditador chinês, em férias no Brasil, tomar um choque daqueles e declarar guerra aos infiéis bons de bola.
Sim, este é meu amigo. E visando resolver o problema dele decidi voltar no tempo e pesquisar um pouco sobre o surgimento do pessimismo.
Pesquisando na biblioteca pública, perto de casa, descobri que fazer investigações pode ser um trabalho arriscado. Principalmente se você se perder entre as fileiras dos livros infantis e dos de auto-ajuda. Uma pequena corja de maloqueiros fica ali, enrolando seus baseados em folhas com grandes desenhos coloridos retiradas de algum conto dos irmãos Grimm, discutindo sobre o último livro do Diogo Marinardi. E aí é aquele papinho de sempre: “Ae playboy, tá fazendo o que aqui?”, “Teu lugar é lá na seção de turismo!”, “Vai ler o pequeno príncipe!” – e todos caem na gargalhada.
Depois de perder meu dicionário de bolso para a gangue cultural resolvi abandonar a jornada pelo conhecimento na biblioteca e utilizar o meu bom e velho livro de história da Tia Selma. Na quinta-série, tive uma professora que aguçou meu gosto pelos fatos históricos. Já mais velho, descobri que muitas dúvidas podiam ser resolvidas por aquela apostila azul.
Qual não foi minha alegria quando encontrei não só a origem do pessimismo, mas a história de alguns dos pessimistas mais famosos da história. Vou tentar resumir em poucos parágrafos as toneladas de conhecimento que absorvi daquela nota de rodapé.
O primeiro caso do qual se tem conhecimento data dos tempos pré-históricos. É importante explicar que o negativismo não é apenas um estado de espírito. Quando aquela vizinha da sua tia resmunga: “Meu filho não pensa coisa ruim que atrai!” – ela está mais do que correta. E foi assim que tudo começou.
Jonas era soberano em suas terras. Sangue-puro. Filho de reis. Carnívoro. Com uma mandíbula avantajada e 7 toneladas bem distribuídas, era um tiranossauro que chamava a atenção tanto de suas presas como das fêmeas da região. Mas Jonas não era feliz. Ele sofria com os deboches do pessoal da comunidade jurássica. Era um tal de “Mãozinha” pra cá, “Oscar Schmit” pra lá, um preconceito que sofria graças aos seus braços pequenos.
Isso tudo fez com que o tiranossauro passasse a olhar a vida com outros olhos. Se achava feio. Achava o mundo feio. Era daqueles tipos de dinossauro que, quando deixavam uma presa cair, ela caía de costas em cima de um velociraptor que soltava um grito estridente ferindo o senso de direção de um pterodátilo que acabava trombando em um avião da Gol perdido no espaço e tempo graças a greve dos controladores de vôo.
Pois bem, um dia Jonas voltou chorando para sua casa depois de ter sido humilhado por um brontossauro fanfarrão. Aos prantos se trancou em sua caverna e desejou que uma grande bola de fogo atingisse a Terra causando a extinção de todos os seres vivos, cobrindo a terra com uma nuvem negra que bloqueasse o sol durante milhares de anos. Não é preciso dizer o que aconteceu em seguida.
Anos mais tarde nasceu na França um menino franzino, de estatura baixa e com uma capacidade incrível de arrumar confusão. Aliás, característica essa comum para o seu biótipo. É só lembrar de brigões como Romário, Danny Devito e Nelson Ned.
O menino vivia tramando planos infalíveis. Primeiro dominou a sua casa, depois conquistou a vizinhança e, em menos de 15 anos já era proprietário de boa parte do velho continente. O que pouca gente sabe é que Napoleão, como era chamado, fazia parte do movimento iniciado por Jonas. O pequeno invocado era pessimista.
Um dia, após a batalha de Austerlitz, Napoleão começou a resmungar com um soldado que estava de guarda observando os soldados austro-russos em seu sono eterno. “Esses caras que são felizes. Não precisam mais se preocupar com nada. Enquanto isso, eu estou aqui, sabendo que vou acabar indo parar em uma ilha qualquer e morrer sem um tostão no bolso, tendo como único amigo alguma bola de vôlei”. Dito e feito. Napoleão era mais um daqueles que deixavam o Crepe Suzete cair com o recheio voltado para o campo de batalha, e o resto vocês já sabem.
São muitos os casos na história. Mas apenas uma coisa é certa. O pessimismo nunca dá certo.
8 comentários:
Belo final!!! Clap clap clap clap!
Essa história de ser pessimista sempre dá errado mesmo....
polas, vc é um caso típico de "criatividade encontra muito tempo livre"!! e o resultado tá ótimo, adorei o blog! hahahaha
beijos, ve se aparece pra gente ir pro bar!
Polas, faz-se necessário lembrar um famoso protesto bem-humorado que deu certo na luta contra o movimento pessimista aberto. Recorda-se daquele caso da aliança na Segunda Guerra Mundial entre os jogadores de vôlei da Barra da Tijuca e as moças sensíveis do Bairro das Laranjeiras? Pois é, rendeu bons frutos e belos rebentos.
Abraço
Hahahahahaha! E esta foi baseada em fatos reais (livro de história da tia Selma)!!
Muito bom cara!
Agora me diz um negócio? Há maconheiros nas bibliotecas aqui no Brasil? Cara, achei que isso fosse costume só na República do Zaire!!
Abraço!
Na minha opinião último pessimista vivo era Ariel Sharon... quem será o próximo???
Cara, achei algo muito engraçado aqui em casa... uma fita de 10 anos atrás de uma vigem de formatura para o Vacancy Hotel em 1996 (apeser de tudo, tá muito legal de ver...)
hahahahaha.
abraço
Sentimos saudades dos seus textos criativos...
como vai a vida de formado?
muito bom, me ajudou muito, tenho que fazer uma redação pra hoje, o tema é: "pessimismo é um luxo."
depois da uma olhada no meu blog.
vllw...
Postar um comentário