Na era do Capitão Jack Sparrow, somos bombardeados com um retrato da pirataria que envolve personagens engraçados, macacos morto-vivos e muita azaração. Por essa e por outras, resolvi descobrir a real origem de uma das figuras mais famosas da história. O Pirata.
Mas por onde começar a busca? Pensei em uma convenção de Mangá, mas não queria arrumar confusão de novo. Dizem que se você entrar no estande errado, acaba se metendo em brigas de espadas de plástico e perucas sintéticas e, ao final, se vê obrigado a levar um baralho de Magic Fogo para casa.
Por isso resolvi ir ao lugar onde a pirataria ainda é praticada. As lojas da Oscar Freire são povoadas pelos chamados “Piratas Hypados”, gente que se veste extremamente bem e rouba seus pertences com um brilho amargo na alma. Depois de tropeçar em um poodle premiado, um colar de diamantes russos e um poço de petróleo recém perfurado, entrei em uma loja.
Com medo do pior, mudei a minha carteira para o bolso da frente e coloquei meu celular na cueca. Por algum tempo fiquei disfarçando na sessão de produtos em promoção. Etiquetas de R$ 300 e R$ 560 me mostraram que estava em um navio onde o amor era um sentimento desconhecido. Quem eram aquelas pessoas sem coração? O suor começou a correr pela minha testa.
Uma mulher se aproximou. Típico. Uma garota bonita, na faixa dos 25 anos. Devia ser a pior de todas. Recuei um passo.
- Oi, posso ajudar? – disse com um sorriso perigoso.
- Não estou só olhando, mas muito obrigado – respondi com a voz embargada.
Ela olhou e sorriu. Quando virou de costas fez questão de fingir que derrubou algo no chão, se abaixando sem dobrar os joelhos. Uma bonita tatuagem apareceu no final de suas costas com os dizeres: “Carpe Diem”. Eu não falo francês, mas com certeza deveria significar algo como “Morte Eminente” ou “Vem na minha que te corto a jugular”.
Quando se levantou olhou para trás com um sorriso maroto e disse:
- Você gostou do que viu?
- Eu, eu nã-ão estava o-olhando – gaguejei.
- Imagina, essa calça vai ficar linda – apontou para um produto perto de mim – não quer dar uma olhada nos moletons, nas camisas pólo e em uma outra garota inocente, de família que vai para a igreja todo o domingo e trabalha como voluntária no asilo dos artistas?
- Claro como você quiser – respondi inconscientemente.
Quando acordei já estava em um táxi com 3 sacolas de roupa e um papel. Ainda um pouco tonto, tentei focalizar a vista nas pequenas letras daquele papel. Era um santinho da loja. Curiosamente tinha a história da pirataria em seu verso. Que coisa não?
(...) continua.
Mas por onde começar a busca? Pensei em uma convenção de Mangá, mas não queria arrumar confusão de novo. Dizem que se você entrar no estande errado, acaba se metendo em brigas de espadas de plástico e perucas sintéticas e, ao final, se vê obrigado a levar um baralho de Magic Fogo para casa.
Por isso resolvi ir ao lugar onde a pirataria ainda é praticada. As lojas da Oscar Freire são povoadas pelos chamados “Piratas Hypados”, gente que se veste extremamente bem e rouba seus pertences com um brilho amargo na alma. Depois de tropeçar em um poodle premiado, um colar de diamantes russos e um poço de petróleo recém perfurado, entrei em uma loja.
Com medo do pior, mudei a minha carteira para o bolso da frente e coloquei meu celular na cueca. Por algum tempo fiquei disfarçando na sessão de produtos em promoção. Etiquetas de R$ 300 e R$ 560 me mostraram que estava em um navio onde o amor era um sentimento desconhecido. Quem eram aquelas pessoas sem coração? O suor começou a correr pela minha testa.
Uma mulher se aproximou. Típico. Uma garota bonita, na faixa dos 25 anos. Devia ser a pior de todas. Recuei um passo.
- Oi, posso ajudar? – disse com um sorriso perigoso.
- Não estou só olhando, mas muito obrigado – respondi com a voz embargada.
Ela olhou e sorriu. Quando virou de costas fez questão de fingir que derrubou algo no chão, se abaixando sem dobrar os joelhos. Uma bonita tatuagem apareceu no final de suas costas com os dizeres: “Carpe Diem”. Eu não falo francês, mas com certeza deveria significar algo como “Morte Eminente” ou “Vem na minha que te corto a jugular”.
Quando se levantou olhou para trás com um sorriso maroto e disse:
- Você gostou do que viu?
- Eu, eu nã-ão estava o-olhando – gaguejei.
- Imagina, essa calça vai ficar linda – apontou para um produto perto de mim – não quer dar uma olhada nos moletons, nas camisas pólo e em uma outra garota inocente, de família que vai para a igreja todo o domingo e trabalha como voluntária no asilo dos artistas?
- Claro como você quiser – respondi inconscientemente.
Quando acordei já estava em um táxi com 3 sacolas de roupa e um papel. Ainda um pouco tonto, tentei focalizar a vista nas pequenas letras daquele papel. Era um santinho da loja. Curiosamente tinha a história da pirataria em seu verso. Que coisa não?
(...) continua.
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